sábado, 12 de julho de 2008

San Fermín - Pamplona

Respeitando os aficcionados, digo-vos que detesto touradas, e a tradição espanhola de Pamplona, põe-me os nervos em franja.

Alguns aficcionados amigos, explicam-me que não devo ter pena do touro, uma vez que ele é um ser forte, imponente e que luta contra os seres humanos que são muito mais frágeis. Não consigo encaixar esta ideia por nada: então o animal é respeitado e venerado como um ser forte, mas o desgraçado nunca se safa de ser espicaçado com ferros, e nalgumas corridas, as suas orelhas e o seu rabo ainda são troféu?

Por muito que tente, não consigo entender este tipo de tradições.

Ainda me faz mais confusão, as pessoas sujeitarem a sua vida por uma corrida atrás dos animais que desenfreadamente percorrem caminhos que não são habitualmente os seus.



Vejamos:

Um espanhol de 28 anos foi colhido na coxa direita e deve ser operado. Quatro pessoas sofreram lesões na cabeça, inclusivé um norte-americano de 31 anos, e um espanhol de 29 teve lesões múltiplas. Outros pacientes foram atendidos com cortes e arranhões.

O norte-americano foi ferido durante a manhã, quando corria dos touros que são soltos pelas estreitas ruas de pedra do centro medieval de Pamplona. Os animais pesam até 700 quilos.
Dezenas de pessoas já foram feridas durante a semana. Na quarta-feira, outro norte-americano foi colhido. Também houve casos de pulmão perfurado, baço rompido e costelas partidas.

No domingo, pouco antes do início da festa, um turista irlandês de 23 anos morreu ao cair das muralhas de Pamplona.

Mesmo com tantas desgraças, a festa continúa a atrair turistas do mundo todo, e a corrida pela cidade com duração aproximada de 4 minutos é transmitida ao vivo pela TV espanhola. No final do trajecto, dentro de uma arena, os touros costumam ser mortos por toureiros.

Centenas de aventureiros envergam os trajes brancos, arrematados com um cinto e um laço vermelhos, e enchem as ruas da cidade ao alvorecer. Eles entoam cânticos numa igreja devota a São Firmino (San Fermín), padroeiro da região de Navarra, antes de se arriscarem à frente dos touros.

A festa foi descrita por Ernest Hemingway no seu romance "O Sol Também se Levanta", um relato semi-autobiográfico sobre amigos britânicos e norte-americanos que, embalados por muito álcool, participam num San Fermín da década de 1920.

Fonte: Reuters

2 comentários:

Incógnita disse...

Acredito que o fim destas práticas bárbaras está a aproximar-se.

Maria Manuela disse...

A esta festa eu até podia assistir.....mas da varanda....

bj