domingo, 6 de julho de 2008

Rita Redshoes

Faz-me sempre comichão alguém com crenças e laços familiares a uma cor (neste caso o verde e para quem não sabe já explicarei porquê) procurar ser identificada com outra côr tão diferente!

Rita Redshoes.

Falei-vos em verde, porque Rita Pereira, de 26 anos, é filha do antigo futebolista Carlos Pereira, hoje treinador adjunto do futebol do Sporting.

Quando começei a ouvi-la na rádio, nem me passava pela cabeça de que era uma artista nacional, e nem mesmo quando ouvi o seu nome as primeiras vezes, poderia supor tal facto.

Respeito o nome artístico, porque de facto ela foi um enriquecimento para a nossa cultura musical, e ainda assim, sempre que oiço o seu nome associo-o a justificação que ela própria dá para a escolha deste nome.

Rita reconhece sem facciosismos, “um sapatinho de verniz, verde, não teria tanta graça nem tanta carga”. Admite que tanto o pai como o tio, aficionados de Alvalade, a provocaram, questionando se não podia ser outra… Mas não, que as memórias não se tingem e os sapatos de Dorothy, a infantil Judy Garland de O Feiticeiro de Oz, eram assim, vermelhos, algo que sentiu ser preciso respeitar.

Rita explica que esta influência não é nem por saudosismo ou fetichismo, mas porque, tal como no filme de Victor Fleming, vê na figura que agora encarna, como algo de “esperançoso e mágico”, vislumbra a tal “estrada que nos leva a um qualquer lugar, melhor do que este”. Por contraste com essa dimensão, que caracteriza como “ingénua” para depois a emendar, escolhendo “infantil”, há o próprio objecto: “Aquele que aparece no disco é mais feminino, mais afiado…”

Ouvinte regular e entusiasta de P.J. Harvey e dos Radiohead, Rita diz não deixar de se deslumbrar com os poemas de Leonard Cohen e com as arquitecturas musicais de Igor Stravinsky, bem como com as bandas sonoras de filmes antigos.

Entretanto, prepara-se para o desafio, mais continuado, dos palcos em que continuará a mostrar o bom gosto de Golden Era. Até meados de Agosto, uma dezena de concertos vai levá-la a paragens no Festival do Sudoeste e no Festival Delta Tejo, em Lisboa.

Eu, se tivesse a opotunidade, garanto-vos, que não faltaria! E vocês, amizades? Vão aproveitar?

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